
Shou Chew, CEO do TikTok, sentou-se com Chris Anderson do TED para uma conversa esclarecedora sobre a ascensão meteórica da plataforma, seu algoritmo inovador e as preocupações que a cercam. Chew descreveu a missão do TikTok como "inspirar criatividade e trazer alegria", destacando a visão da empresa de fornecer uma janela para descoberta, uma tela para criação e pontes para conexão. O algoritmo, explicado por Chew como essencialmente "matemática", identifica padrões de interesse com base no comportamento do usuário, permitindo que a plataforma recomende conteúdo surpreendentemente relevante. Esse mecanismo de descoberta impulsionou histórias de sucesso improváveis, como a de Khaby, um ex-trabalhador de fábrica do Senegal que se tornou o maior criador do TikTok com 160 milhões de seguidores, sem sequer falar em seus vídeos iniciais. O exemplo se estende a empreendedores como Samuel, dono de uma taqueria no Arizona, que gerou um milhão de dólares em receita graças à plataforma. Chew também mencionou o impacto do TikTok na educação, com professores como Claudine, do Arkansas, e Chemical Kim, usando a plataforma para alcançar alunos além da sala de aula, contribuindo para os mais de 116 bilhões de visualizações acumuladas em conteúdo STEM.
A conversa também abordou a natureza viciante do TikTok. Anderson questionou Chew sobre os riscos da dependência digital, considerando o interesse da empresa em maximizar o tempo de uso dos usuários. Chew refutou essa ideia, afirmando que o objetivo não é maximizar o tempo gasto, mas sim fomentar um relacionamento saudável com a plataforma. Ele mencionou recursos como notificações que incentivam pausas e um limite de tempo padrão de 60 minutos para menores de 18 anos, baseado em recomendações do Digital Wellness Lab do Boston Children's Hospital. Chew encorajou os pais a conversarem com seus filhos adolescentes sobre o uso saudável das telas, reconhecendo a inevitabilidade da interação com o conteúdo digital na era moderna. A discussão também abordou desafios como a disseminação de desafios perigosos e a amplificação de inseguranças, especialmente entre adolescentes. Chew reiterou o compromisso do TikTok com a segurança, destacando as diretrizes da comunidade, a moderação de conteúdo por dezenas de milhares de funcionários e o uso de inteligência artificial para identificar e remover conteúdo inadequado. Ele mencionou campanhas como "Pare, Pense, Decida Antes de Agir", criadas em colaboração com criadores de conteúdo, para conscientizar os usuários sobre os riscos de certos desafios.
O ponto central da conversa foi a preocupação com a segurança dos dados dos usuários, especialmente em relação à propriedade do TikTok pela ByteDance, uma empresa chinesa. Questionado sobre a possibilidade de interferência do governo chinês, Chew enfatizou o compromisso do TikTok com a liberdade de expressão e a proteção contra manipulação governamental. Ele detalhou o Projeto Texas, uma iniciativa para armazenar dados de usuários americanos em servidores localizados nos EUA, gerenciados pela Oracle e supervisionados por pessoal americano. Chew afirmou que essa medida de proteção de dados é inédita na indústria e que o projeto está em estágio avançado, com todos os novos dados americanos já armazenados na infraestrutura da Oracle. Ele também destacou a transparência como elemento fundamental para gerar confiança, mencionando a permissão para revisão do código-fonte por terceiros e a publicação de relatórios de transparência sobre remoção de conteúdo e solicitações governamentais. Chew reconheceu a importância da interoperabilidade global na construção da internet e alertou para os riscos da balcanização, buscando um equilíbrio entre a soberania digital e a colaboração internacional. Ao concluir, Chew reiterou sua visão para o futuro do TikTok, focando no poder da descoberta, na democratização da criação de conteúdo com o auxílio da inteligência artificial e na construção de pontes para conectar pessoas e comunidades em todo o mundo.