
A Inteligência Artificial (IA) está rapidamente se tornando uma ferramenta essencial na indústria cinematográfica e publicitária. Campanhas de alto nível, como a recente iniciativa da Coca-Cola, demonstram o poder da IA na criação de conteúdo personalizado e escalável. A empresa utilizou diversas plataformas de IA, incluindo Stable Diffusion, ChatGPT, DALL-E e possivelmente Midjourney, para recriar seu icônico comercial de Natal de 1995, "Holidays are Coming". O resultado foi impressionante: em poucos dias, a equipe gerou 110 versões do anúncio, adaptadas para 27 mercados diferentes. Essa capacidade de customização e adaptação em pós-produção é um divisor de águas na publicidade, permitindo que marcas alcancem públicos específicos com mensagens direcionadas de forma eficiente e econômica. O uso da IA não se limita apenas à Coca-Cola. Um comercial recente da Honda, exibido durante um jogo de futebol, também evidenciou a utilização de IA, com efeitos visuais característicos de ferramentas como o Kaiber. Este exemplo demonstra que a IA já é uma realidade nos workflows das agências, mesmo que não seja explicitamente divulgado. A IA também está sendo usada para revitalizar filmes antigos, como no experimento da Corridor Crew, que utilizou IA para aprimorar o visual do filme "O Expresso Polar", suavizando o efeito "uncanny valley" presente na animação original. Essas iniciativas demonstram a versatilidade da IA em diferentes aplicações na indústria do entretenimento.
Diversas ferramentas de IA estão surgindo e transformando a produção de vídeo. O Vigle, por exemplo, agora permite a substituição de múltiplos personagens em uma cena, possibilitando interações dinâmicas entre eles. Essa funcionalidade abre portas para novas possibilidades criativas, como um único ator interpretando vários papéis. O Runway, por sua vez, expandiu a capacidade de geração de vídeo de 10 para 20 segundos, permitindo a criação de sequências mais longas e complexas com a ferramenta "Generative Video (Gen-3 Alpha)". Plataformas como o Free Pick também entraram na corrida da geração de vídeo, integrando diferentes modelos de IA como Luma, Runway, Minimax e Mochi, oferecendo aos usuários uma variedade de estilos e opções. Além disso, novas ferramentas estão surgindo com propostas inovadoras. O Gaussian Anything, por exemplo, gera scans gaussianos de qualquer imagem, criando nuvens de pontos 3D que podem ser utilizadas em ambientes de realidade aumentada. O Magic Quill, por sua vez, funciona como um "Generative Fill" do Photoshop, mas com um toque artístico, permitindo que os usuários "pintem" as alterações desejadas nas imagens com o auxílio de tablets ou iPads. Por fim, a pesquisa por trás do M-video promete revolucionar a criação de movimentos dinâmicos em vídeos gerados por IA, resolvendo problemas de continuidade e permitindo movimentos complexos de câmera e personagens. O Dimension X, por sua vez, permite a manipulação da câmera em imagens e vídeos pré-existentes, abrindo um leque de possibilidades para reframing e ajustes de ângulo em pós-produção.
Um estudo recente da Universidade de Pittsburgh revelou que humanos preferem poemas gerados por IA em comparação com poemas de autores renomados como Shakespeare e Dickinson. Este resultado surpreendente demonstra o potencial da IA na criação de narrativas envolventes e emocionalmente ressonantes. No entanto, a pesquisa também mostrou que o conhecimento prévio da autoria da IA influencia negativamente a avaliação dos poemas, sugerindo um viés em relação à tecnologia. A IA também está transformando o mundo dos jogos. Aplicativos como o "AI Game Master" oferecem uma experiência similar a Dungeons & Dragons, com um mestre de jogo virtual que guia os jogadores por aventuras personalizadas e interativas. Com o surgimento de novos estúdios de IA como a Promise, fundada por experientes profissionais da indústria, incluindo Dave Clark, o futuro da produção audiovisual promete ser ainda mais integrado com a IA. A Promise se destaca por sua abordagem inovadora à narrativa e pelo investimento em talentos que combinam habilidades tradicionais de cinema com expertise técnica em IA. A convergência entre criatividade humana e tecnologia de IA está moldando um novo cenário no entretenimento, onde as possibilidades criativas são ilimitadas e o público se torna cada vez mais receptivo a novas formas de narrativa.