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Jaron Lanier: Uma Visão Crítica do Futuro da IA

Jaron Lanier, renomado cientista-chefe da Microsoft, concedeu uma entrevista reveladora sobre suas perspectivas, muitas vezes críticas, acerca da indústria tecnológica e o futuro da inteligência artificial. Com uma carreira de décadas pioneiras em tecnologias como realidade virtual, Lanier oferece uma visão única sobre os desafios e perigos que a IA apresenta, desde a desinformação à influência nas eleições e o futuro do trabalho.

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Das Origens da Internet à Crítica da IA

Lanier relembra seus primeiros dias na indústria, trabalhando com Marvin Minsky, uma figura central no desenvolvimento da IA. Enquanto Minsky via a IA como um caminho promissor, Lanier já expressava preocupações, argumentando que a IA poderia ser apenas "pessoas em máscaras" e questionando a busca por uma "entidade artificial semelhante a um deus". Essa visão crítica o levou a explorar a realidade virtual como uma alternativa, fundando a primeira startup da área e desenvolvendo o primeiro headset de realidade virtual.

Sua crítica se estende à forma como as redes sociais foram construídas e seu modelo de negócios baseado em publicidade. Lanier argumenta que a busca por serviços gratuitos online tem um preço: a manipulação do usuário. Ele defende a ideia de que os usuários devem estar dispostos a pagar por serviços de IA de alta qualidade para evitar a dependência de modelos financiados por publicidade, que, por sua vez, se sustentam na coleta e utilização de dados pessoais.

Sobre o movimento open-source em IA, Lanier apresenta uma perspectiva controversa. Ele argumenta que, apesar das intenções democráticas, a matemática dos efeitos de rede leva à hipercentralização em vez da descentralização. A liberação do código, segundo ele, favorece o surgimento de monopólios que mantêm seus algoritmos e dados derivados em segredo. Como alternativa, Lanier propõe o conceito de "proveniência de dados", permitindo rastrear as fontes humanas que contribuíram para um resultado de IA, possibilitando a responsabilização e a compensação por dados utilizados no treinamento de modelos.

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Desinformação, Deepfakes e o Caminho para a Regulamentação

Lanier reconhece sua própria participação no desenvolvimento de deepfakes, admitindo ter criado alguns dos primeiros protótipos. No entanto, ele acredita que a solução para o problema dos deepfakes, assim como para a desinformação, reside na "proveniência de dados". Ao rastrear a origem das informações, é possível identificar manipulações e desinformação. Ele defende a regulamentação da IA, incentivando as empresas a se apresentarem aos órgãos reguladores e a colaborarem na criação de um framework que garanta a segurança e a ética na utilização da tecnologia.

Quanto à relação entre as grandes empresas de tecnologia e os legisladores, Lanier reconhece a proximidade existente, mas acredita que a indústria está mais consciente da necessidade de regulamentação. Ele critica a postura anterior da indústria de menosprezar o conhecimento tecnológico dos políticos e defende uma abordagem mais colaborativa. Ele destaca a importância da liberdade de expressão dentro das empresas de tecnologia, usando a Microsoft como exemplo de uma empresa que permite que seus funcionários expressem suas opiniões publicamente, mesmo que discordem da posição oficial da empresa.

Lanier expressa preocupação com os riscos da IA para a democracia, especialmente em relação à interferência em eleições. Ele acredita que o aprendizado com os erros das redes sociais é crucial para evitar que a IA repita os mesmos problemas em uma escala ainda maior. Ele questiona o modelo de negócios baseado em publicidade de empresas como Google e Meta, argumentando que esse modelo é insustentável a longo prazo e que a dependência da manipulação do usuário limita o potencial dessas empresas. Lanier defende a mudança para modelos de negócios mais éticos e sustentáveis, que valorizem a dignidade dos dados e compensem os usuários pela sua contribuição.

A visão crítica de Jaron Lanier oferece uma perspectiva importante sobre os desafios e as oportunidades da IA. Sua ênfase na proveniência de dados, na regulamentação e na liberdade de expressão dentro das empresas de tecnologia apresenta um caminho para um futuro da IA mais ético, democrático e benéfico para a sociedade como um todo.

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Referência

Jaron Lanier: Uma Visão Crítica do Futuro da IA

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