A Inteligência Artificial (IA) tem dominado as conversas e gerado debates acalorados recentemente. O comercial com Elis Regina e Maria Rita, criado com o auxílio da IA, emocionou muitos, mas também levantou questões sobre os limites éticos e a regulamentação da publicidade. Afinal, assistimos à tecnologia simulando a presença de alguém que já não está entre nós. Esse tipo de inovação nos leva a reflexões profundas sobre o futuro do trabalho, a geração de valor na economia e, principalmente, o papel da IA na transformação da sociedade.
Há quem diga que a IA representa uma ameaça, capaz de eliminar empregos e causar um impacto negativo na economia global. Mas será que esse pessimismo se justifica? A história nos mostra que, a cada novo ciclo de inovação tecnológica, como a Revolução Industrial, a automação digital e o boom dos dispositivos móveis, surgem previsões apocalípticas sobre desemprego em massa e colapso econômico. No entanto, essas previsões nunca se concretizaram. O que ocorre, na verdade, é uma migração de empregos, a criação de novas oportunidades e uma mudança na forma como geramos valor.

A IA, sem dúvida, automatizará tarefas repetitivas e pouco criativas. Pense, por exemplo, em um profissional que passa o dia carimbando e aprovando pedidos de reembolso. Esse tipo de atividade pode ser facilmente automatizado pela IA. Isso não significa, porém, que esse profissional ficará desempregado. A automação liberará esse profissional para se dedicar a tarefas mais criativas e estratégicas, que exigem habilidades humanas complexas, como pensamento crítico, resolução de problemas e tomada de decisão.
É natural que a perspectiva de mudança gere desconforto e resistência. Ninguém gosta de sair da sua zona de conforto. Contudo, a IA é uma onda gigante, e a melhor estratégia é aprender a surfar nela. Isso significa investir em educação e capacitação para se adaptar às novas demandas do mercado de trabalho. Em vez de temer a IA, devemos vê-la como uma ferramenta que nos permitirá focar em atividades mais significativas e gratificantes.
Um exemplo prático do impacto positivo da IA é na área do jornalismo esportivo. Antigamente, um jornalista precisava anotar manualmente estatísticas de um jogo, como número de faltas, escanteios e cartões. Hoje, softwares de reconhecimento de imagem e algoritmos fazem esse trabalho automaticamente, liberando o jornalista para se dedicar à análise do jogo, à produção de conteúdo criativo e à interação com o público. A IA não substituiu o jornalista; ela o tornou mais eficiente e estratégico.
Na área da saúde, a IA tem o potencial de revolucionar o diagnóstico de doenças. Imagine um software que analisa milhares de diagnósticos de câncer e auxilia o médico na escolha do melhor tratamento, com base na experiência coletiva de milhões de outros médicos. Isso aumentaria a precisão dos diagnósticos e a eficácia dos tratamentos, beneficiando pacientes e profissionais de saúde.
A velocidade de adaptação à revolução da IA está diretamente relacionada à qualidade da educação. Países que investem em educação e capacitação contínua estarão melhor preparados para aproveitar as oportunidades e mitigar os riscos da IA. Nesse sentido, o Brasil tem uma lição de casa a fazer. Precisamos investir mais e melhor em educação, tanto em nível individual quanto em políticas públicas, para garantir que a população esteja preparada para os desafios e as oportunidades da era da IA.
A IA já está presente em diversos setores da nossa vida, desde a curadoria de conteúdo em redes sociais até a personalização de anúncios. Empresas como Google, Meta e TikTok investem pesado em IA para melhorar a experiência do usuário e a eficiência das suas plataformas. No marketing e na publicidade, a IA já é uma realidade, e tem contribuído para tornar a experiência do consumidor mais relevante e personalizada. A IA nos ajuda a encontrar o que procuramos, a descobrir novos produtos e serviços e a conectar com pessoas que compartilham nossos interesses.
Embora ainda haja desafios a serem superados, a IA tem o potencial de transformar positivamente nossas vidas. A chave para aproveitar esse potencial é investir em educação, adaptar-se às mudanças e olhar para o futuro com otimismo, enxergando o copo meio cheio, e não meio vazio. A IA não é uma ameaça, mas uma oportunidade para construirmos um futuro mais próspero e inclusivo.