Neste post, compartilho os resultados de um experimento de 30 dias em que criei conteúdo para três canais de shorts do YouTube utilizando exclusivamente inteligência artificial. O objetivo era responder a três perguntas principais: qual o melhor nicho para criar shorts, qual a dificuldade de produzir vídeos com IA e se o sucesso dos shorts é pura sorte ou exige habilidade. Os nichos escolhidos foram basquete, jogos e celebridades, e a ferramenta de IA utilizada foi o Clipchamp.
A metodologia inicial consistiu em pesquisar vídeos com potencial para gerar clipes engraçados. Esses vídeos eram, então, processados pelo Clipchamp, que, por meio de prompts, identificava os momentos mais relevantes. Isso economizou um tempo considerável, eliminando a necessidade de assistir aos vídeos na íntegra. A IA selecionava automaticamente os clipes com maior potencial viral, que eram editados no próprio Clipchamp e publicados nos canais do YouTube. Adicionei locuções e legendas diretamente na plataforma. Nos primeiros 14 dias, o foco foi a produção e publicação, com poucas análises de desempenho.
Após duas semanas, os resultados eram mistos. O canal "Epic Streamer Moments" (jogos) apresentou alguns vídeos com bom desempenho, alcançando 16 mil visualizações em um deles. A taxa de retenção, no entanto, girava em torno de 70%, insuficiente para viralizar. O canal de basquete, "Hoop Loop", enfrentou problemas com direitos autorais da NBA, impactando seu crescimento. Apesar das tentativas de edição, as notificações de violação de política de shorts persistiram. O canal "Laughing Legends" (celebridades), surpreendentemente, apresentou o melhor desempenho inicial, com 110 mil visualizações em 14 dias, com vídeos consistentemente atingindo a marca de 10 mil visualizações. A taxa de retenção média era de 79%, consideravelmente superior ao canal de jogos. A dificuldade, nesse caso, era ultrapassar a barreira das 10 mil visualizações.
No 16º dia, o canal "Laughing Legends" alcançou seu segundo melhor vídeo, com 12 mil visualizações. Em contrapartida, "Hoop Loop" continuava estagnado, com poucos inscritos e visualizações baixas, levando à decisão de descontinuá-lo. Diante disso, a estratégia foi focar nos canais de jogos e celebridades, dobrando a frequência de posts para duas vezes ao dia. Nos dias seguintes, ambos os canais sofreram uma queda brusca nas visualizações, chegando a apenas algumas dezenas por vídeo. Diante dessa crise, a solução foi intensificar os esforços de edição e buscar inspiração na concorrência. Um vídeo sobre Keanu Reeves, com edição elaborada e alta popularidade, serviu de modelo. Reproduzi a ideia com o mesmo trecho da entrevista de Keanu Reeves e, com a ajuda de um editor profissional, o canal "Laughing Legends" recuperou o ritmo, com vídeos atingindo 15 mil visualizações em um único dia. A taxa de retenção se aproximou dos 80%. Ao final dos 30 dias, "Hoop Loop" foi um fracasso, "Epic Streamer Moments" atingiu 150 mil visualizações e 126 inscritos, e "Laughing Legends" obteve resultados mais consistentes. O experimento demonstrou a importância da consistência, da análise da concorrência e da edição profissional para o sucesso dos shorts. Embora a IA facilite a criação, a qualidade do conteúdo é fundamental. A experiência também reforçou a ideia de que os shorts são uma excelente ferramenta para o crescimento inicial do canal, criando uma base de inscritos para, posteriormente, focar em vídeos de formato longo e monetização.
