O mundo da Inteligência Artificial está em constante evolução, e a semana passada foi particularmente agitada com o lançamento e anúncios de diversas ferramentas inovadoras. O burburinho em torno dos agentes de IA como a próxima grande tendência finalmente se concretizou, com a promessa de automatizar tarefas e simplificar nosso trabalho. Entre os destaques, o Manus AI se apresentou como uma solução promissora, capaz de executar tarefas complexas de forma autônoma.

Lançado recentemente, o Manus AI chamou a atenção por sua capacidade de interagir com navegadores web e executar tarefas de pesquisa e automação. Diferentemente de projetos anteriores como o BabyAGI, que frequentemente ficava preso em loops, o Manus AI demonstra maior robustez e eficiência. A plataforma permite a criação de listas de tarefas e as executa de forma autônoma dentro de um navegador virtual. As demonstrações iniciais incluíram triagem de currículos, pesquisa de imóveis e análise de ações, impressionando pela capacidade de extrair informações relevantes e apresentar relatórios concisos.
A comunidade também tem explorado o potencial do Manus AI, com demonstrações criativas como a busca por locais ideais para voar drones com base em regulamentações locais e visualização 3D do Google Maps. Outros exemplos incluem a criação de jogos em 3JS com um único prompt, auditoria de SEO de sites e até mesmo a geração de pontos de discussão para reuniões. Embora algumas tarefas, como análise de ações e planejamento de viagens, possam ser realizadas por ferramentas de pesquisa profunda existentes, o Manus AI se destaca pela integração de diferentes funcionalidades em uma única plataforma.
Apesar da inovação, o Manus AI não é isento de limitações. A plataforma utiliza o Claude, da Anthropic, conectado a 29 ferramentas e um navegador de código aberto. A sobrecarga do sistema tem sido um problema, com relatos de erros internos devido à alta demanda. O acesso ao Manus AI ainda é restrito, com convites limitados, mas a equipe está trabalhando para expandir a infraestrutura e disponibilizar a ferramenta para um público maior em breve.
O Manus AI não está sozinho nessa nova era de agentes de IA. A OpenAI lançou a API de Respostas, permitindo que desenvolvedores criem seus próprios agentes utilizando recursos como pesquisa na web, busca de arquivos e computação. A Microsoft integrou essa API ao Azure AI Foundry, facilitando a criação de agentes por empresas. Além disso, novas ferramentas como o Deep Work da Convergence AI e o Harvey prometem ampliar as possibilidades de automação, embora ainda estejam em fase de testes ou acesso limitado.
O Google também tem investido pesado em IA, com o lançamento do Gemini 3, um modelo de linguagem open-weight que se aproxima do desempenho do DeepSeek R1, apesar de ser significativamente menor. A disponibilidade do Gemini 3 no Google AI Studio, plataforma gratuita para experimentação com modelos de IA, democratiza o acesso a essa tecnologia. O Google também anunciou a geração nativa de imagens com o Gemini 2.0 Flash, disponível no AI Studio e permitindo a manipulação de imagens por meio de prompts de linguagem natural. Além disso, o Google está integrando IA ao Google Agenda e Gmail, facilitando a gestão de compromissos e a automação de tarefas.
Com o lançamento do Gemini Robotics, o Google também avança no campo da robótica, utilizando o Gemini 2.0 para aprimorar a visão e a interação dos robôs com o ambiente. A empresa também liberou o acesso gratuito à sua ferramenta de pesquisa profunda no Gemini, permitindo a criação de relatórios detalhados a partir de pesquisas na web. O cenário atual demonstra que a inovação em IA não depende apenas de modelos de linguagem maiores, mas também da integração inteligente de ferramentas existentes, como demonstrado pelo Manus AI e pelas novas funcionalidades do Google.