Logotipo-500-x-400-px.png

A Evolução das Ferramentas de Design: De Pixels a Componentes na Era da IA

Uma conversa fascinante com Andre Hzmchuk, o primeiro designer de interface tanto na Adobe quanto na Figma, revela uma jornada impressionante pela história das ferramentas de design e aponta para um futuro moldado por componentes e inteligência artificial. De seus primeiros dias na Adobe, onde enfrentou o desafio de unificar a linguagem visual de softwares como Photoshop, Illustrator e PageMaker, até sua visão inovadora por trás da Figma e, agora, de sua nova startup, Seldon, Andre compartilha insights valiosos sobre as mudanças de paradigma que transformaram a indústria do design.

g-n7BJsjRCo

Os Primeiros Passos na Adobe: Desvendando os Quebra-cabeças do Design

Em meados dos anos 90, Andre se deparou com o desafio de criar uma experiência coesa entre os softwares da Adobe. Imagine planilhas e impressos com todos os atalhos de teclado de cada programa! A tarefa inicial foi conciliar comandos básicos como copiar e colar, mas o verdadeiro quebra-cabeças residia nos atalhos profundamente arraigados no fluxo de trabalho dos usuários. Um exemplo? O comando "Command + D": desselecionar no Photoshop, duplicar no Illustrator e inserir no PageMaker. A tentativa de uniformizar esses comandos encontrou forte resistência dos usuários, mostrando que a familiaridade e o fluxo de trabalho estabelecido eram prioridades.

Além da unificação dos atalhos, Andre e sua equipe enfrentaram o desafio de implementar novas funcionalidades, como a transformação livre no Photoshop. Naquela época, rotacionar, redimensionar ou distorcer uma camada de pixels era um processo complexo e destrutivo. A solução, desenvolvida em sessões de brainstorming, envolveu a criação de um modo específico para transformação, permitindo manipulações sem perda de dados. Essa inovação, juntamente com a introdução de atalhos combinados com as teclas Shift e Option, pavimentou o caminho para as ferramentas de transformação que utilizamos hoje.

A construção de uma linguagem visual unificada para os softwares da Adobe exigiu uma análise minuciosa das preferências dos usuários em diferentes ferramentas. A abordagem adotada foi a de selecionar os melhores elementos de cada software e combiná-los em uma estrutura de design coesa. A introdução das paletas com abas, inspiradas no Photoshop, foi um marco importante nesse processo, apesar da resistência inicial das equipes. Esse recurso, que se tornou onipresente na suíte Adobe, demonstra a importância da visão estratégica e da persistência na implementação de mudanças significativas.

A Visão da Figma: Design Colaborativo e Democratizado

Após passagens por Yahoo e Twitter, Andre encontrou na Figma a oportunidade de retornar às suas raízes como designer. A visão de Dylan Field e Evan Wallace, fundadores da Figma, de "construir o Photoshop em um navegador web", inicialmente causou ceticismo. No entanto, a demonstração da tecnologia baseada em WebGL e o foco na colaboração em tempo real convenceram Andre do potencial disruptivo da plataforma. Ele se juntou à equipe como primeiro funcionário, contribuindo para o desenvolvimento de recursos essenciais, como a ferramenta caneta.

A visão de Dylan sobre a democratização do design, através da colaboração e acessibilidade, moldou a filosofia da Figma. A inspiração em ferramentas como o Google Docs, com seu foco na colaboração em tempo real, foi fundamental para o sucesso da plataforma. Andre destaca a genialidade de Evan Wallace, comparando-o a Thomas Knoll, criador do Photoshop, pela sua profunda compreensão de computação gráfica e manipulação de pixels.

CopyofIAGenerativanoDireito40

R$ 59,90

Seldon: O Futuro do Design com Componentes e IA

Com a Seldon, sua nova startup, Andre aposta na evolução do design para um modelo baseado em componentes. Ele argumenta que, assim como a indústria gráfica passou da arte comercial altamente artesanal para um processo mais padronizado e mecanizado, o design de interfaces também seguirá essa trajetória. Os componentes, com sua capacidade de encapsular funcionalidades e comportamentos, serão os blocos de construção do futuro, permitindo maior eficiência e flexibilidade.

A IA desempenha um papel crucial na visão de Andre para o futuro do design. Não se trata de gerar aplicativos completos magicamente a partir de prompts, mas sim de usar a IA para auxiliar na seleção, configuração e manipulação de componentes. A Seldon busca entender a intenção do designer e oferecer sugestões contextuais, otimizando o processo criativo. A IA também será utilizada para garantir a consistência e a qualidade do código gerado a partir dos componentes, eliminando problemas comuns de manutenção e atualização.

Andre prevê uma bifurcação na profissão de designer: de um lado, designers com foco em negócios e experiência do usuário, alinhados com a gestão de produto; do outro, designers especializados na criação e no desenvolvimento de componentes, com habilidades de engenharia de design. A Seldon se posiciona como uma ferramenta que empodera ambos os grupos, oferecendo um ambiente de criação fluido e eficiente, impulsionado pela IA e focado na resolução de problemas reais.

A Seldon promete uma abordagem inovadora, permitindo a integração de diferentes tipos de input, desde esboços e documentos de texto até planilhas de dados, para a criação de interfaces ricas e complexas. A IA atuará como um assistente inteligente, oferecendo sugestões contextuais e automatizando tarefas repetitivas, liberando os designers para se concentrarem na criatividade e na resolução de problemas. O futuro do design, na visão de Andre, é colaborativo, inteligente e focado na experiência do usuário, com componentes e IA como peças-chave dessa transformação.

Gostou do conteúdo? Compartilhe

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Twitter
Telegram
Email

Referência

A Evolução das Ferramentas de Design: De Pixels a Componentes na Era da IA

Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar neste site, você aceita o uso de cookies e nossa política de privacidade.