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A Ascensão da IA: Uma Conversa com Geoffrey Hinton, o Padrinho da Inteligência Artificial

A Inteligência Artificial (IA) está rapidamente se tornando uma força dominante no século 21, moldando tudo, desde a maneira como interagimos com a tecnologia até os avanços na saúde e na pesquisa científica. No centro dessa revolução está Geoffrey Hinton, um cientista da computação britânico frequentemente chamado de "Padrinho da IA". Suas ideias inovadoras, embora controversas, pavimentaram o caminho para a IA avançada que vemos hoje. Nesta entrevista reveladora, Hinton compartilha suas perspectivas sobre o futuro da IA, seus potenciais benefícios e os riscos inerentes a seu desenvolvimento acelerado.

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O Acidente que Mudou o Mundo

A jornada de Hinton com a IA começou na década de 1970, na Universidade de Edimburgo. Seu objetivo inicial era simular uma rede neural em um computador, uma ferramenta para auxiliar em sua pesquisa sobre o cérebro humano. Na época, a ideia de um software que imitasse o cérebro era considerada absurda, e seu orientador de doutorado o aconselhou a abandonar a ideia antes que prejudicasse sua carreira. Hinton persistiu, fascinado pela possibilidade de replicar a complexidade do cérebro humano em uma máquina. Embora não tenha conseguido desvendar os mistérios da mente humana, sua busca incansável o levou à criação de uma versão artificial: a rede neural artificial. O sucesso, porém, demorou a chegar. “Levou muito mais tempo do que eu esperava”, confessa Hinton. “Levou cerca de 50 anos para que funcionasse bem, mas no final funcionou.”

Em 2019, Hinton e seus colaboradores, Yann LeCun e Yoshua Bengio, receberam o Prêmio Turing, o equivalente ao Prêmio Nobel da computação, por seu trabalho pioneiro em redes neurais artificiais. Essas redes são a base dos sistemas de IA atuais, permitindo que as máquinas aprendam com os dados e melhorem seu desempenho ao longo do tempo. Um exemplo notável é o aprendizado de máquina em robôs, onde, em vez de serem programados com instruções específicas, eles aprendem por tentativa e erro, ajustando seu comportamento com base no feedback recebido. “Acho que eles podem ser melhores em aprender do que a mente humana”, afirma Hinton, destacando a capacidade das redes neurais de processar e reter informações de forma eficiente.

Apesar do sucesso, Hinton reconhece a complexidade e a imprevisibilidade dos sistemas de IA. "Não sabemos exatamente como funciona", admite. "Projetamos o algoritmo de aprendizado, que é um pouco como projetar o princípio da evolução. Mas quando esse algoritmo interage com os dados, ele produz redes neurais complexas que são boas em fazer coisas, e não entendemos exatamente como elas fazem essas coisas." Essa falta de compreensão completa levanta preocupações sobre o controle e a segurança desses sistemas.

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Os Riscos e Benefícios da IA: Um Dilema da Humanidade

Hinton acredita que a IA tem o potencial de revolucionar a saúde, auxiliando no diagnóstico médico, na descoberta de medicamentos e no desenvolvimento de tratamentos personalizados. No entanto, ele também alerta para os riscos potenciais, como o desemprego em massa, a disseminação de notícias falsas e o desenvolvimento de armas autônomas. "Os riscos são ter toda uma classe de pessoas desempregadas e desvalorizadas porque o que costumavam fazer agora é feito por máquinas", observa Hinton.

Uma das maiores preocupações de Hinton é a possibilidade de os sistemas de IA escaparem do controle humano. Ele destaca a capacidade da IA de escrever e executar seu próprio código como uma ameaça potencial. “Essa é uma preocupação séria”, afirma. “Uma das maneiras pelas quais esses sistemas podem escapar do controle é escrevendo seu próprio código de computador para se modificar.” A capacidade da IA de manipular pessoas também é uma preocupação. “Esses sistemas serão muito bons em convencer as pessoas, porque aprenderam com todos os romances já escritos, todos os livros de Maquiavel, todas as maquinações políticas. Eles saberão tudo isso. Eles saberão como fazer.”

Diante desses riscos, Hinton defende a realização de experimentos para entender melhor a IA, a implementação de regulamentações governamentais e a criação de um tratado global para proibir o uso de robôs militares. Ele compara a situação atual ao dilema enfrentado por Robert Oppenheimer após a invenção da bomba atômica. "Pode ser que olhemos para trás e vejamos isso como uma espécie de ponto de virada em que a humanidade teve que tomar a decisão sobre se desenvolveria essas coisas ainda mais e o que fazer para se proteger se o fizesse." Hinton conclui com um apelo à cautela e à reflexão: "Há uma enorme incerteza sobre o que vai acontecer a seguir. Essas coisas entendem, e porque entendem, precisamos pensar muito sobre o que vai acontecer a seguir. E simplesmente não sabemos.”

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A Ascensão da IA: Uma Conversa com Geoffrey Hinton, o Padrinho da Inteligência Artificial

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