A internet, desde seu surgimento, tem passado por constantes transformações. Da era dos portais à ascensão dos mecanismos de busca como o Google, a forma como acessamos e processamos informação evoluiu significativamente. Agora, estamos à beira de uma nova revolução, com a chegada da inteligência artificial e, mais especificamente, com o Deep Research do GPT da OpenAI.
Em um bate-papo recente no podcast Pedro Quara, Pedro Dória e Cora Rónai discutiram essa nova ferramenta e seu potencial disruptivo. Dória, entusiasmado, descreveu o Deep Research como a coisa mais extraordinária que já viu, destacando a capacidade da OpenAI de se manter à frente da concorrência. A ferramenta, ainda em fase de testes e disponível apenas na versão GPT Pro, promete revolucionar a forma como realizamos pesquisas online, migrando de uma busca superficial para uma pesquisa profunda, baseada em fontes confiáveis.

Diferentemente dos mecanismos de busca tradicionais, que muitas vezes retornam uma lista extensa de links, o Deep Research do GPT realiza uma verdadeira imersão no conhecimento. A ferramenta acessa e processa informações de fontes autoritativas, como veículos jornalísticos renomados, sites de universidades, centros de pesquisa e revistas acadêmicas, construindo um texto denso e informativo com base na sua solicitação.
Dória compartilhou alguns exemplos de suas experiências com a ferramenta, incluindo uma comparação entre o paradoxo da tolerância de Karl Popper e John Rawls, à luz dos estudos de Larry Diamond sobre o declínio da democracia. O resultado? Nove páginas de leitura densa e fundamentada. Outro exemplo foi a análise da construção da marca Taylor Swift, desde seus primórdios no MySpace até o estrelato internacional, formatada como um case da Harvard Business Review. Esses exemplos demonstram o potencial da ferramenta para gerar conteúdo rico e aprofundado em diversas áreas do conhecimento.
Ethan Mollick, professor da Wharton, define esse momento como o fim da era da busca e o início da era da pesquisa. O Deep Research, com sua capacidade de sintetizar informações de fontes confiáveis, representa uma mudança de paradigma na forma como interagimos com o conhecimento online. Não se trata mais apenas de encontrar links, mas de obter respostas completas e embasadas, com a devida atribuição das fontes consultadas.
Essa nova tecnologia coloca o Google em uma posição delicada. A empresa, que construiu seu império com base na busca online, agora precisa se reinventar para se manter relevante nesse novo cenário. A discussão sobre o futuro da pesquisa online levanta questões importantes sobre o papel das fontes de informação, a confiabilidade dos dados e a necessidade de um olhar crítico sobre o conteúdo gerado por inteligência artificial.
Embora o Deep Research ainda esteja em seus estágios iniciais, com algumas limitações e disponível apenas para um público restrito, seu potencial é inegável. A ferramenta promete não apenas facilitar o acesso à informação, mas também aprofundar nossa compreensão sobre os mais diversos temas, transformando a forma como aprendemos, pesquisamos e interagimos com o mundo ao nosso redor.