Neste episódio do Papo de Tubarões, conversamos com Eduardo Rिम, CEO da Singularity University Brasil e EUA, sobre economia exponencial e o impacto da tecnologia em nossas vidas. A conversa abordou desde os fundamentos da Singularity University até temas complexos como inteligência artificial, metaverso, web3 e o futuro do trabalho.

Eduardo explicou que a Singularity University surgiu em 2008, no Vale do Silício, com a missão de disseminar o conceito de crescimento exponencial baseado na Lei de Moore. A instituição, nascida dentro do centro de pesquisas da NASA, busca preparar líderes para entender e lidar com as rápidas transformações tecnológicas que impactam o mundo. O programa executivo, voltado para CEOs e C-levels, aborda temas como inteligência artificial, biotecnologia e nanotecnologia, sempre com foco no crescimento escalável e disruptivo. Eduardo, especialista em economia exponencial, destaca como a digitalização, a disrupção e a democratização estão remodelando a economia e a sociedade. Seu livro, "Economia Exponencial: A Disrupção e Abundância em um Mundo Repleto de Máquinas", aprofunda esses conceitos e explora o impacto dos modelos de negócio e a distribuição de renda nesse novo cenário.
A conversa abordou o impacto da inteligência artificial (IA), especialmente com a popularização de ferramentas como o ChatGPT. Eduardo argumenta que, embora a IA possa automatizar tarefas cognitivas, a inteligência biológica, com sua capacidade de crítica, sentimento e intuição, continua fundamental. Ele acredita que a IA deve ser vista como uma ferramenta poderosa para aumentar a produtividade e criar novos empregos, em vez de simplesmente substituir os antigos. A discussão também abordou a importância da requalificação profissional para se adaptar às novas demandas do mercado de trabalho, exemplificando com o caso dos caminhoneiros nos EUA, que enfrentam a chegada dos caminhões autônomos. Eduardo defende a necessidade de políticas públicas para lidar com o desemprego estrutural e facilitar a transição para novas profissões. Ele destaca que a automação não apenas elimina empregos antigos, mas também cria novas oportunidades, exigindo uma mudança de mentalidade e a busca por novas habilidades.
O metaverso e a web3 também foram temas importantes da conversa. Eduardo, apesar de reconhecer o potencial do metaverso para simulações e treinamentos empresariais, como exemplificado pelos casos da Nvidia e BMW, demonstrou ceticismo quanto à sua adoção em massa no curto prazo, principalmente devido a questões de ergonomia e falta de aplicações práticas que justifiquem seu uso no dia a dia. No entanto, ele destacou a importância da web3 e da tecnologia blockchain para a descentralização da economia e a redução do poder das big techs. Ele acredita que o blockchain oferece soluções para diversos problemas econômicos, como segurança, transparência e rastreabilidade, e que sua adoção pelas empresas é um caminho sem volta. A conversa também tocou no tema da tokenização, exemplificada pelo Real Digital no Brasil, e como isso pode impactar a forma como as transações econômicas são realizadas e monitoradas. Eduardo finalizou a conversa reforçando a necessidade de uma mudança de mentalidade, tanto por parte dos empreendedores quanto dos reguladores e políticos, para abraçar as novas tecnologias e construir uma sociedade mais próspera e sustentável.