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Inteligência Artificial: Entre o Hype e a Realidade

A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser um tema exclusivo da ficção científica e se tornou uma realidade palpável, transformando a maneira como vivemos, trabalhamos e interagimos com o mundo. O avanço acelerado da tecnologia nos últimos anos tem gerado tanto entusiasmo quanto apreensão, e para aqueles que, como eu, acompanham o desenvolvimento da IA há décadas, a sensação é de surpresa, choque e, em alguns casos, até mesmo horror.

Há 30 anos, falar de tecnologia significava discutir aspectos técnicos. Hoje, as implicações éticas da IA gritam tão alto que ignorá-las é impossível. Em qualquer curso introdutório sobre o tema, a ética se tornou parte essencial do currículo, permeando todas as discussões, desde o processamento de linguagem natural até as aplicações mais complexas. Afinal, a tecnologia em si não é boa nem má; são os seus usos que a definem.

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Entre o Complemento e a Ameaça: O Uso da IA

A história da tecnologia revela que inovações, como a escrita, surgem para suprir limitações da cognição humana. A IA segue esse padrão, oferecendo o potencial de complementar nossas habilidades e aumentar nossa produtividade. Imagine, por exemplo, o uso da IA para analisar o Diário Oficial, pré-selecionando informações relevantes para um servidor público. Isso eliminaria a tarefa manual de sublinhar trechos importantes, permitindo que o profissional se concentre na análise e interpretação dos dados, resultando em maior eficiência.

O exemplo do xadrez ilustra bem a sinergia entre homem e máquina. Em torneios abertos a humanos e softwares, os jogadores que utilizam a IA como ferramenta de apoio, aliando seu conhecimento do jogo à capacidade de processamento da máquina, têm demonstrado resultados superiores tanto aos jogadores puramente humanos quanto aos programas de xadrez. Essa combinação híbrida aponta para um futuro em que a IA atua como um complemento às nossas capacidades, impulsionando nosso potencial.

A Competência da IA: Nem Oráculo, Nem Incompetente

No entanto, é fundamental não cair na armadilha de atribuir à IA qualidades de oráculo ou onisciência. Assim como os humanos, as inteligências artificiais podem ser inteligentes sem serem competentes em todas as áreas. O ChatGPT, por exemplo, é excelente na geração de texto, mas falha como fonte de informação precisa. Consultá-lo sobre um determinado indivíduo pode resultar em informações completamente fabricadas, pois o modelo não foi treinado para ser uma fonte confiável de dados biográficos.

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O Monopólio das Big Techs e a Democratização da IA

Existe uma preocupação crescente com a concentração do desenvolvimento e controle da IA nas mãos de grandes empresas de tecnologia (Big Techs). No entanto, a IA não é um recurso exclusivo dessas corporações. Dados relevantes estão disponíveis em diversas áreas, e é possível utilizá-los para desenvolver soluções personalizadas e de menor escala, adaptadas às necessidades específicas de diferentes setores, desde a indústria calçadista até a área da saúde.

Na saúde, por exemplo, a IA pode ser aplicada para prever demandas, detectar surtos epidêmicos e otimizar a alocação de recursos, utilizando dados gerados localmente em hospitais e clínicas. A chave para democratizar a IA está em reconhecer o valor dos dados gerados em diferentes contextos e investir em programas e modelos que possam processá-los de forma eficiente, mesmo em menor quantidade, desde que com alta qualidade.

A disponibilidade de modelos de linguagem em domínio público, como o LLaMa, reforça a ideia de que a IA pode ser acessível a um público mais amplo. A criação de normas e marcos regulatórios é crucial para garantir o uso ético e responsável da tecnologia, permitindo que seu potencial seja explorado em benefício da sociedade como um todo, sem se restringir aos interesses de um pequeno grupo de empresas. A IA, assim como qualquer outra tecnologia, precisa ser utilizada com sabedoria e discernimento, reconhecendo suas limitações e potencializando suas capacidades para complementar as nossas.

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