A Inteligência Artificial generativa, personificada pelo ChatGPT, já está revolucionando a prática jurídica. Não se trata apenas de um modismo passageiro, mas de uma ferramenta poderosa que, quando bem utilizada, pode otimizar seu tempo e aprimorar a qualidade do seu trabalho. Este post explora os conceitos fundamentais do ChatGPT e demonstra, na prática, como advogados podem utilizar prompts e robôs para aumentar a eficiência em diversas atividades jurídicas, desde a criação de conteúdo para redes sociais até a elaboração de perguntas para clientes.

Para extrair o máximo do ChatGPT, é crucial entender sua estrutura de funcionamento, baseada em três pilares: contexto, prompt e inteligência do modelo. O contexto refere-se à informação base fornecida à IA, como documentos processuais, fatos do caso, e-mails de clientes, etc. Quanto mais rico e detalhado o contexto, melhor a IA compreenderá a situação. O prompt, por sua vez, é a instrução dada ao ChatGPT. Um prompt bem formulado é a chave para obter respostas relevantes e precisas. Finalmente, a inteligência do modelo se refere à capacidade da IA de processar o contexto e o prompt para gerar respostas coerentes e úteis. Atualmente, o GPT-4 é a versão mais avançada e inteligente disponível. É importante ressaltar que o ChatGPT não é um banco de dados, mas um modelo de linguagem que prevê e completa palavras com base no contexto e no prompt fornecidos. Por isso, a clareza e a especificidade do prompt são essenciais para direcionar a IA e obter os resultados desejados. Um prompt robusto geralmente inclui: (1) a definição do papel da IA (ex: "Atue como um advogado especialista em Direito do Consumidor"); (2) o contexto específico da atuação (ex: "Considerando o Provimento 205 da OAB"); (3) o objetivo a ser alcançado (ex: "Elabore perguntas para o cliente"); (4) os passos ou detalhes para a execução da tarefa (ex: "Liste três perguntas essenciais"); e (5) o formato da resposta desejada (ex: "Em formato de lista").
Antes de começar a usar o ChatGPT na prática jurídica, é fundamental garantir a segurança dos seus dados. Por padrão, o ChatGPT utiliza as informações fornecidas para treinar seus modelos. No entanto, essa configuração pode ser alterada para proteger a confidencialidade das informações dos seus clientes. Para desativar o uso dos seus dados para treinamento, acesse as configurações da sua conta do ChatGPT, clique em "Controles de Dados" e desative a opção "Histórico de Chat e Treinamento". Essa simples ação garante que as informações sensíveis dos seus casos não sejam utilizadas para aprimorar a IA, preservando a privacidade dos seus clientes.
Para ilustrar o poder do ChatGPT na prática jurídica, vamos explorar dois exemplos de prompts robustos. O primeiro exemplo demonstra como gerar conteúdo para redes sociais: "Atue como um especialista em marketing jurídico no Brasil, seguindo estritamente as particularidades do setor jurídico e as diretrizes éticas e regulamentação específica imposta pela OAB no Provimento 205. Seu objetivo é entender a pauta 'Regulamentação da Inteligência Artificial no Direito' e montar um calendário editorial para o Instagram com três dias de conteúdo. Para cada dia, sugira um título clickbait, uma proposta de texto baseada nas melhores práticas de mídia social, e um prompt para gerar imagens com IA generativa". Este prompt detalhado direciona o ChatGPT a criar conteúdo relevante e eticamente adequado para o seu público-alvo. O segundo exemplo demonstra como gerar perguntas para clientes: "Atue como um advogado brasileiro especialista em atendimento ao cliente e abertura de novos casos. Seu objetivo será analisar a narrativa dos fatos a seguir [insira a narrativa do cliente], elucidar o tema, extrair informações críticas e formular três perguntas essenciais para o cliente. Para cada pergunta, explique seu raciocínio". Este prompt auxilia na coleta de informações cruciais para o desenvolvimento do caso, garantindo que nenhum detalhe importante seja negligenciado.
Além dos prompts, o ChatGPT permite a criação de robôs, que são prompts pré-configurados para automatizar tarefas recorrentes. Por exemplo, um robô pode ser criado para resumir processos jurídicos: basta carregar o PDF do processo e o robô extrairá informações como número do processo, autores, réus, pedidos, decisões, defesas, sentenças e fundamentos, além de gerar um resumo completo. Essa automatização economiza tempo e garante a padronização das informações extraídas. A plataforma do ChatGPT oferece uma biblioteca de GPTs (robôs) gratuitos e a possibilidade de criar seus próprios robôs personalizados para as suas necessidades específicas. A criação de robôs é uma forma eficiente de otimizar seu fluxo de trabalho e garantir a consistência na execução de tarefas jurídicas.